O DRAGÃO E O
JAGUAR:
UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINO-BRASILEIRAS EM
PERSPECTIVA
Ao
longo de muitos anos, o Brasil e a China conseguiram construir um
relacionamento cooperativo e construtivo, ainda que também modesto. Nos
primeiros anos do século XXI, a tendência histórica de um relacionamento
bilateral cooperativo, porém de baixa intensidade, começou a mudar. Constata-se
que, desde 2001, existe uma rápida expansão das relações econômicas e
politicas.
Atualmente,
as relações econômicas sino-brasileiras são sumamente significativas e cada vez
mais intensas. As estatísticas do governo brasileiro indicaram que em 2008 o
valor do comercio total – exportações em ambos os sentidos superou os US$ 36
bilhões, com superávit para o lado chinês por um montante de que quatro bilhões
de dólares.
As
relações econômicas vigentes entre o Brasil e a China incluem principalmente
fluxos comerciais e investimentos produtivos em ambos os sentidos. Também se
verifica a existência de relevante cooperação técnica horizontal e de
transferência de tecnologia no sentido Sul-Sul.
O comércio
Brasil-China foi muito dinâmico nos primeiros anos do século XXI. Segundo
estatística de comércio, publicadas pelo Ministério de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, o valor das exportações brasileiras com destino
ao país asiático cresceu de US$ 1.1 bilhões, em 2000, para US$ 30.8 bilhões, em
2010 – e, seguramente, se aproximará dos US$ 35 bilhões em 2015. Entretanto, no
mesmo período, o valor das importações brasileiras procedentes daquele país
aumentou de US$ 1.2 bilhões a US$ 25.5 bilhões.
Segundo as
mesmas autoridades brasileiras de comércio exterior, na pauta das exportações
para o mercado chinês sobressaem bens primários, tais como: petróleo, minério
de ferro e soja – estes três produtos representam quase 70%. Também se incluem
bens de média e alta tecnologia, sobretudo dos setores automotivo (e aéreo),
químico, plásticos, eletroeletrônicos, metal mecânica, material médico
cirúrgico, maquinaria agropecuária, fertilizantes, material de escritório e
papel. Trata-se, em geral, de bens primários (agrícolas e minerais) e de bens
de capital e de consumo duradouro.
As importações
brasileiras procedentes da China incluem: equipamentos de telecomunicações,
transistores eletrônicos, equipamentos ópticos, carvão, produtos químicos,
calçados, têxteis, maquinarias e equipamentos eletrodomésticos. Além disso,
incluem produtos de meia e alta tecnologia (especialmente informática),
automóveis e peças de reposição, entre muitos outros.
Convém
acrescentar que o interesse chinês no mercado brasileiro, em particular, e
latino-americano, em geral, se fundamenta na necessidade de expandir e
diversificar seus sócios no mundo. Trata-se de uma política essencialmente
pragmática, em que predominaria o intercâmbio de recursos naturais e alimentos
brasileiros em troca de bens manufaturados e semimanufaturados chineses. Por
outro lado, para os exportadores brasileiros é altamente atrativo o mercado
chinês, com mais de um bilhão de consumidores potenciais - com alto e crescente
poder de compra. Tais ponderações permitem enquadrar o rápido crescimento das
relações comerciais sino-brasileiras.
Os
principais países
de destino das exportações ,
no acumulado janeiro-fevereiro/2012, foram: 1º) Estados Unidos (US$ 4,6 bilhões ), 2º) China (US$ 4,0 bilhões ),
3º) Argentina (US$ 3,1 bilhões ), 4º) Países Baixos
(US$ 2,2 bilhões ) e 5º) Alemanha (US$
1,0 bilhão).
Os
principais países
de origem das importações
foram: 1º) China (US$ 5,6 bilhões ), 2º)
Estados Unidos (US$ 4,9 bilhões ), 3º)
Argentina (US$ 2,3 bilhões ), 4º)
Alemanha (US$ 2,2 bilhões ) e 5º) Coréia
do Sul (US$ 1,4 bilhões ).
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