6 de abril de 2012

O DRAGÃO E O JAGUAR: UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINO-BRASILEIRAS EM PERSPECTIVA


O DRAGÃO E O JAGUAR:
 UM ESTUDO DAS RELAÇÕES SINO-BRASILEIRAS EM PERSPECTIVA

Ao longo de muitos anos, o Brasil e a China conseguiram construir um relacionamento cooperativo e construtivo, ainda que também modesto. Nos primeiros anos do século XXI, a tendência histórica de um relacionamento bilateral cooperativo, porém de baixa intensidade, começou a mudar. Constata-se que, desde 2001, existe uma rápida expansão das relações econômicas e politicas.
Atualmente, as relações econômicas sino-brasileiras são sumamente significativas e cada vez mais intensas. As estatísticas do governo brasileiro indicaram que em 2008 o valor do comercio total – exportações em ambos os sentidos superou os US$ 36 bilhões, com superávit para o lado chinês por um montante de que quatro bilhões de dólares.


As relações econômicas vigentes entre o Brasil e a China incluem principalmente fluxos comerciais e investimentos produtivos em ambos os sentidos. Também se verifica a existência de relevante cooperação técnica horizontal e de transferência de tecnologia no sentido Sul-Sul.

O comércio Brasil-China foi muito dinâmico nos primeiros anos do século XXI. Segundo estatística de comércio, publicadas pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o valor das exportações brasileiras com destino ao país asiático cresceu de US$ 1.1 bilhões, em 2000, para US$ 30.8 bilhões, em 2010 – e, seguramente, se aproximará dos US$ 35 bilhões em 2015. Entretanto, no mesmo período, o valor das importações brasileiras procedentes daquele país aumentou de US$ 1.2 bilhões a US$ 25.5 bilhões.

Segundo as mesmas autoridades brasileiras de comércio exterior, na pauta das exportações para o mercado chinês sobressaem bens primários, tais como: petróleo, minério de ferro e soja – estes três produtos representam quase 70%. Também se incluem bens de média e alta tecnologia, sobretudo dos setores automotivo (e aéreo), químico, plásticos, eletroeletrônicos, metal mecânica, material médico cirúrgico, maquinaria agropecuária, fertilizantes, material de escritório e papel. Trata-se, em geral, de bens primários (agrícolas e minerais) e de bens de capital e de consumo duradouro.

As importações brasileiras procedentes da China incluem: equipamentos de telecomunicações, transistores eletrônicos, equipamentos ópticos, carvão, produtos químicos, calçados, têxteis, maquinarias e equipamentos eletrodomésticos. Além disso, incluem produtos de meia e alta tecnologia (especialmente informática), automóveis e peças de reposição, entre muitos outros.

Convém acrescentar que o interesse chinês no mercado brasileiro, em particular, e latino-americano, em geral, se fundamenta na necessidade de expandir e diversificar seus sócios no mundo. Trata-se de uma política essencialmente pragmática, em que predominaria o intercâmbio de recursos naturais e alimentos brasileiros em troca de bens manufaturados e semimanufaturados chineses. Por outro lado, para os exportadores brasileiros é altamente atrativo o mercado chinês, com mais de um bilhão de consumidores potenciais - com alto e crescente poder de compra. Tais ponderações permitem enquadrar o rápido crescimento das relações comerciais sino-brasileiras.
Os principais países de destino das exportações, no acumulado janeiro-fevereiro/2012, foram: 1º) Estados Unidos (US$ 4,6 bilhões), 2º) China (US$ 4,0 bilhões), 3º) Argentina (US$ 3,1 bilhões), 4º) Países Baixos (US$ 2,2 bilhões) e 5º) Alemanha (US$ 1,0 bilhão).
Os principais países de origem das importações foram: 1º) China (US$ 5,6 bilhões), 2º) Estados Unidos (US$ 4,9 bilhões), 3º) Argentina (US$ 2,3 bilhões), 4º) Alemanha (US$ 2,2 bilhões) e 5º) Coréia do Sul (US$ 1,4 bilhões).

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