Procurando satisfazer o
público consumidor cada vez mais complexo e exigente, as empresas vêm buscando
diferenciais para obter o sucesso de suas marcas. Surgindo como um novo
conceito, o Neuromarketing traz avanços nas pesquisas de marketing, aliando os
progressos da medicina para obter conhecimento sobre o público consumidor.
A base dos estudos em Neuromarketing tem como base a busca do
genoma da venda, com a intenção de obter conhecimento sobre as preferências do
consumidor, sem que ele precise experimentar um produto. Para isso, são
utilizados aparelhos de ressonância magnética, em que o consumidor fica plugado
ao equipamento enquanto são feitos os exames e as análises de seu gosto.
No Brasil, diz o professor de Neuromarketing e também
chefe-executivo da empresa especializada em gestão do comportamento humano
CAPC, Cesar Pancinha Costa, as pesquisas na área ainda são baixas devido aos
preços elevados e à necessidade de aparelhos especializados, mas prometem
crescimento nos próximos anos. "Temos muitos estudos avançando e algumas
previsões de investimentos. Deveremos trazer em 2011 um equipamento voltado
para a realização das pesquisas em Neuromarketing, já com as devidas
adaptações", observa.
Para o desenvolvimento das
pesquisas, estão sendo realizados testes que não necessitam de tantos recursos,
utilizando uma metodologia que tem por finalidade colocar na memória do
consumidor a imagem da empresa. "Assim, quando o cliente recebe uma
abordagem dessa empresa, não sabe exatamente de onde, mas já tem uma imagem da
marca na mente", explica Cesar.
Para
Cesar, esse tipo de estudo é uma alternativa de baixo investimento e que
apresenta bons resultados. "Hoje em dia, as técnicas que não exigem
investimento em equipamento, e sim somente em pesquisa, estudo e observação
estão se difundindo muito. Isso facilita a abordagem, pois as maiores
dificuldades estão em criar a credibilidade no prospect. As ferramentas de Neuromarketing
aliadas à mensagem que a empresa quer passar conseguem êxito nisso",
destaca.
Essas técnicas também apresentam eficiência no ramo da
publicidade, principalmente no exterior. "No Brasil, pouquíssima coisa já
foi desenvolvida, mas os consumidores já estão vivendo as novas experiências do
Neuromarketing. Os grandes anunciantes pedem mais estudos ligados ao sabor e às
sensações de prazer dos produtos", salienta o especialista, que acredita
estar nessa área a forma mais eficiente de medir os resultados na publicidade.
"Medimos o resultado antes que o próprio cliente saiba se gostou ou não.
Essas informações, acredita-se, poderão orientar campanhas publicitárias e
estratégias de marketing mais eficazes".
A principal descoberta do Neuromarketing até agora é a prova de
que as marcas têm, de fato, um poder profundo na mente dos consumidores. Fato
comprovado na primeira experiência realizada em 2003, em que cientistas
convocaram 67 pessoas que provaram os refrigerantes sem conhecer a marca. A
escolha da maioria foi pela Pepsi. No entanto, ao saberem a qual marca
pertencia a bebida que estavam tomando, a mais escolhida foi a Coca-Cola.
Todo o processo de Neuromarketing consiste em decodificar os
segredos do cérebro humano, mapear a forma como cada neurônio reage ao estímulo
de uma campanha publicitária ou ao sabor de um alimento, visando chegar ao
genoma da venda. "Não poderíamos avançar em nada, se não fosse o estudo do
cérebro. No estudo do cérebro, a base conceitual foi a percepção e a
comunicação. Na percepção e comunicação, a base foi a emoção e a razão. Depois
que passamos pelo nível de sentimentos, deixamos de ser quem somos e passamos a
ser quem gostaríamos de ser. Esse é o nó que o marketing precisa resolver:
vender para quem somos ou para quem gostaríamos de ser?", indaga Cesar.
Fonte: revista consumidor moderno
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